II Encontro Regional de Coordenadores para a Cidadania | Escola Secundária de Pombal | 31 de março

No passado dia 31 de março de 2022 realizou-se o II Encontro Regional de Coordenadores para a Cidadania na Escola Secundária de Pombal.

Na sessão plenária, o Dr. José Carlos Gomes focou a sua intervenção a partir de um estudo realizado pelo ISCTE a cerca de 300 estratégias para a cidadania de outros tantos Escolas. Os resultados deste estudo foram confrontados com as respostas obtidas a partir do questionário preenchido pelos Coordenadores para a Cidadania das escola/agrupamentos do país e com os relatórios de avaliação das respetivas estratégias. Percebeu-se que existem muitas incongruências entre o previsto nas estratégias para a cidadania, o seu desenvolvimento e os resultados apresentados no âmbito da avaliação da estratégia.

Foi igualmente refletido, para além dos professores, coordenadores para a cidadania, alunos e pais, a importância que a comunidade educativa deve ter na elaboração, desenvolvimento e avaliação da estratégia para a cidadania.

Foi reforçado o impacto que as ações desenvolvidas no âmbito da cidadania devem ter na comunidade educativa, transformando-a.

Na sessão de trabalho em salas paralelas, assistiu-se à partilha de práticas do Agrupamento de Escolas de Pombal, no que diz respeito à sua Estratégia para a Cidadania. Vários foram os pontos abordados pelo agrupamento:

– A criação de uma equipa para a Educação para Cidadania composta pelo Coordenador para a Cidadania, coordenadora do departamento do pré-escolar e 1.º ciclo, coordenadores dos diretores de turma do 2.º, 3.º ciclos e secundário e coordenador do Ensino Profissional. Reúnem com regularidade e apenas a coordenadora para a cidadania tem horas no horário atribuídas para o efeito;

– Relação estreita entre o Coordenador de projetos e Atividades e o Coordenador para a Cidadania;

– Opções de trabalho: i) 2.º e 3.º ciclo como disciplina de oficina em 100 minutos quinzenais; ii) restantes ciclos e níveis de educação e ensino, transversal às disciplinas;

– Opções metodológicas: Preferencialmente, trabalho de projecto;

– Escolhas dos temas em função dos domínios que se relacionam um com os outros: Os alunos escolhem os temas de acordo com a realidade e problemas com que se confrontam diariamente;

– Organização do trabalho/Articulação de Projetos: 1. Apresentação da estratégia em reunião inicial de ano letivo e sessão de formação como se procede à metodologia de trabalho de projecto; 2. Em cada turma, auscultação dos interesses dos alunos – Questões problema; 3. Planificação dos projetos a desenvolver em cada conselho de turma; 4. Concretização dos projetos com diferentes durações: mensais, semestrais ou anuais; 5. Divulgação dos projetos elaborados junto a alunos, à escola, Encarregados de Educação ou outros parceiros através de blogs, facebook, exposições, etc.; 6. Reunião periódica de monitorização da equipa para a cidadania; 7. Avaliação da estratégia no final do ano letivo;

– Participação dos alunos na elaboração e implementação da EECE: i) De entre os domínios definidos, os alunos escolhem os temas a abordar (muitas vezes, o mesma tema é transversal a vários domínios definidos); ii) Privilegia-se a realidade local; iii) Privilegia-se a observação, questionamento da realidade e a integração de saberes; iv) Projetos procuram responder a questões/problemas/necessidades visando o desenvolvimento do espírito crítico com o objetivo de tomar decisões com base em valores;

– Interdisciplinaridade nos projetos: preenchimento de documento construído para planear atividades dos diferentes clubes, parcerias, projetos e registo do impacto dos alunos;

– Parcerias: Internas (clubes, projetos da escola); Externas (Entidades com que a escola estabeleceu parcerias, formais ou institucionais);

– Avaliação das aprendizagens dos alunos: i) Referencial de avaliação; ii) Definição de domínios (Conceitos e comunicação; Procedimentos e resolução de problemas; Relacionamento Interpessoal; Responsabilidade; Autonomia); iii) Descritores; iv) Perfil do aluno; v) Ponderações; vi) Processos de recolha de informação

– Monitorização: i) indicadores (n.º de projetos desenvolvidos, n.º de projetos apresentados, n.º entidades/parceiros); ii) recolha de dados (coordenador de departamento de cada ciclo de educação e ensino); iii) responsáveis (Conselho pedagógico). A recolha de informação acontece de forma sistemática e articulada com o processo de autoavaliação do Agrupamento e de acordo com os indicadores previstos nas Intervenções no âmbito da Avaliação Externa.

Relatório elaborado por Nelson Cardoso, em 4 de abril de 2022.