I Partilhas na Rede – Educação Inclusiva

Nesta primeira sessão de Partilhas na Rede dedicada à Educação Inclusiva foi lançado aos respetivos elementos de cada escola/agrupamento o desafio para que refletissem acerca de duas temáticas principais: i) Identificação de Medidas de Suporte à Aprendizagem e à Inclusão, sua operacionalização e enquadramento das problemáticas de aprendizagem para atribuição de determinadas Medidas Universais e ii) Práticas de Gestão do Acompanhamento às Medidas de Suporte à Aprendizagem e à Inclusão, em particular. Estas temáticas surgiram após a análise de conteúdo das questões que os coordenadores das EMAEI das escolas/agrupamentos associadas ao LeiriMar partilharam e sobre as quais gostariam de refletir relativamente a práticas desenvolvidas e opções tomadas.

Para isso, nesta primeira sessão, a professora Idalina Gordo, coordenadora da EMAEI do Agrupamento de Escolas D. Dinis, acompanhada pela psicóloga Emília Kumar e a professora Fernanda Barosa, coordenadora da EMAEI do Agrupamento de Escolas Marinha Grande Poente, acompanhada pela professora de Educação Especial e membro da EMAEI Elizabete Bento e pelo professor Valter Almeida, coordenador do Núcleo Especializado dos Apoios Educativos, apresentaram práticas e procedimentos organizativos, didáticos e pedagógicos dos respetivos agrupamentos.

Dos muitos pontos abordados pelas duas coordenadoras das EMAEI, e correndo o risco de não retratar todos, são de realçar os seguintes pontos para análise reflexiva:

– No âmbito do processo de monitorização e acompanhamento das EMAEI, as respetivas equipas procuram recolher dados de forma robusta para tornar mais completa possível a caracterização das medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão identificadas/atribuídas, número de alunos, problemáticas diagnosticadas, recursos humanos mobilizados;

– A gestão do apoio direto encontra-se fortemente pressionado com o fator do rácio docente/técnico – número de alunos vs eficácia nas aprendizagens com a média de 16 alunos por professor de Educação Especial;

– O apoio indireto acontece num dos agrupamentos para 22 alunos. Neste âmbito, os docentes destes alunos têm um reforço adicional ao nível da formação, das orientações e do acompanhamento por parte dos professores de Educação Especial;

– O apoio direto e indireto é dado a alunos com Medidas Seletivas, com apoio das estruturas que constituem o Centro de Apoio à Aprendizagem e do trabalho colaborativo entre docentes;

– De acordo com os recursos humanos de cada agrupamento é possível criar outras dinâmicas de reforço das aprendizagens dos alunos como a codocência ou a coadjuvação;

– Num dos agrupamentos, existe um foco particular na permanente análise e reflexão acerca da agilidade, simplificação e eficácia do processo de identificação, gestão e implementação das medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão. Esta monitorização implica reflexão acerca do processo para melhor decidir. Por isso, a EMAEI focaliza muito do seu esforço na formação interna para que os docentes do agrupamento possam ganhar maior consciência para a compreensão, o planeamento, a aplicação e monitorização das medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão;

– A “adaptação ao processo de avaliação” pode ser interpretada como de abrangência geral a todos os alunos, independentemente das alíneas das Medidas Adicionais ou Seletivas que usufruam;

– Num dos agrupamentos, encontra-se atribuído um professor de Educação Especial de referência às escolas que não tenha alunos com Medidas Seletivas ou Adicionais por forma a apoiar os respetivos professores nos eventuais processos de identificação de medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão que venham a surgir ao longo do ano letivo;

– No processo de monitorização ao longo do ano, percebe-se que uma fração muito pequena de alunos é alvo de alterações de medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão propostas e aceites, provavelmente, na ordem dos 5%;

– Os apoios terapêuticos mais frequentes acontecem no âmbito da psicologia e Terapia da Fala, problemáticas principais diagnosticadas nos dois agrupamentos. Estes recursos humanos são pertença do agrupamento e de instituições externas que colaboram com os agrupamentos;

– A monitorização da eficácia das medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão e propostas de alteração tem por base dados recolhidos nas atas dos conselhos de turma e respostas obtidas a partir de questionários aplicados aos docentes no final de semestre/ano letivo e resultam na produção de um relatório para aprovação em Conselho Pedagógico;

– No processo de monitorização, caso haja o diagnóstico de não eficácia de determinada medida de suporte à aprendizagem e à inclusão, em documento próprio ou em ata de conselho de turma/departamento, é apresentada justificação de tal diagnóstico e proposta para atribuição de nova medida à EMAEI;

No entanto, persistem ainda muitas questões que, apesar de encontrarem respostas diárias nos agrupamentos, são sentidas como pontos a aprofundar e que mereceram discussões nesta sessão:

– Nas Adaptações ao Processo de Avaliação, e para a operacionalização do “tempo suplementar em contexto educativo”, os alunos podem frequentar outros espaços e serem acompanhamentos por outros técnicos/professores disponíveis;

– Na mudança de ciclo/escola/agrupamento, a disponibilização atempada dos processos dos alunos é crucial para a eficácia da resposta da escola/agrupamento de receção. O RTP de transição é documento estruturante no processo individual do aluno e assume um ponto de partida para análise, reflexão e eventual alteração na nova escola/agrupamento, atendendo à nova realidade e aos recursos aí existentes;

– As adaptações ao processo de avaliação constituem como um ponto que carece de maior discussão entre todos os docentes dos agrupamentos por forma a criar pontes de entendimento que percorram todos os departamentos e respetivos professores;

– A eficácia do processo de monitorização e acompanhamento das Medidas Universais, atendendo ao número de alunos alvo destas medidas, constitui-se como uma preocupação, tendo sido partilhada por um dos participantes que a digitalização dos processos dos alunos com base num programa de gestão INOVAR poderia simplificar essa monitorização;

– Carece melhor enquadramento prático a implementação da alínea “Antecipação e Reforço das Aprendizagens” e do papel do professor de Educação Especial no apoio direto ou indireto aos alunos.

Para assistir à partilha, clicar neste LINK